ATA DA TRIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 19.09.1991.

 


Aos dezenove dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e um reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Trigésima Primeira Sessão Solene da Terceira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura, destinada a homenagear conjuntamente o Instituto Santa Luzia pelo seu qüinquagésimo aniversário e a Escola Especial Concórdia pelo seu vigésimo quinto aniversário de fundação, conforme proposta do Requerimentos nºs 02/91 (Processo nº 30/91) e 163/91 (Processo nº 1410/91), dos Vereadores Vicente Dutra e Airto Ferronato, respectivamente. Às dezessete horas e vinte e três minutos, constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Vereadores Antonio Hohlfeldt, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; e Airto Ferronato, Vice-Presidente da Casa; Senhora Iara Costa Ramos, Membro da Divisão de Assistência de Educação, representando o Prefeito Municipal e a Secretária Municipal de Educação; Irmã Maria Igina, Diretora do Instituto Santa Luzia; Senhora Beatriz Carmen Warth Raymann, Diretora da Escola Especial Concórdia; Senhor Arlete Sacramento, antigo contribuinte do Instituto Santa Luzia; Senhor Carlos Braum, representando o Círculo Operário Porto-alegrense; Suplente Bernadete Vidal; e Vereador Vicente Dutra, Secretário "ad hoc". Após, o Senhor Presidente pronunciou-se acerca da solenidade e registrou a presença, no Plenário, da Senhora Rosalina Piaia. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Airto Ferronato, em nome das Bancadas do PMDB, PT, PCB, PL e PTB, discorreu sobre o curso dirigido aos deficientes auditivos na casa do casal Warth Raymann, em mil novecentos e sessenta. Ressaltou que, hoje, com vinte e cinco anos de atividades, a Escola Especial Concórdia, administrada pela mesma família, oferece cursos profissionalizantes aos jovens com deficiência auditiva, além de outras atividades extra-curriculares. Afirmou, ainda, ser a única Escola existente no Brasil com tal finalidade que oferece o segundo grau aos seus alunos. Assinalou o cinqüentenário de fundação do Instituto Santa Luzia, outra Entidade que desenvolve um trabalho extraordinário à comunidade porto-alegrense. O Vereador Vicente Dutra, em nome da Bancada do PDS, expressou o agradecimento da comunidade riograndense às Entidades homenageadas, pela dedicação de ambas aos deficientes auditivos e visuais. Fez, ainda, retrospecto sobre a vida do Instituto Santa Luzia, informando que, inicialmente, atendia, também, os deficientes auditivos. O Vereador Ervino Besson, em nome da Bancada do PDT, reportou-se acerca das homenagens hoje prestadas pela Casa, ressaltando a importância da iniciativa da Senhora Lídia Moschetti, fundadora do Instituto Santa Luzia. Referiu-se, também, ao desenvolvimento de ambas Instituições. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Arlete Sacramento, do Instituto Santa Luzia, e à Senhora Beatriz Carmen Warth Raymann, que agradeceram pelas homenagens prestadas por este Legislativo. Na ocasião, as Diretoras da Escola Especial Concórdia, Senhora Beatriz Carmen Warth Raymann, e Irmã Maria Igina, do Instituto Santa Luzia convidaram a todos para assistirem às apresentações do Grupo Folclórico - CTG Querência e do Coral de ambas as Instituições. Após, o Senhor Presidente passou às mãos dos Administradores de cada Escola correspondências referentes ao evento, do Governador do Estado e Vice-Governador, bem como, da Secretária de Estado da Educação. Após, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às dezenove horas, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Airto Ferronato e secretariados pelos Vereadores Airto Ferronato e Vicente Dutra, Secretários "ad hoc". Do que eu, Airto Ferronato, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhores Presidente e 1º Secretário.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Damos inicio à 31ª Sessão Solene destinada a homenagear, conjuntamente, o Instituto Santa Luzia, pelo seu 50º aniversário, e a Escola Especial Concórdia pelo seu 25º aniversário, aprovada por esta Casa através dos Processos nº 030/91, de autoria do Ver. Vicente Dutra e nº 1410/91, de autoria do Ver. Airto Ferronato.

Compõem a Mesa, além da Presidência da Casa, a Srª Iara Costa Ramos, Membro da Divisão de Assistência de Educação, representando o Sr. Prefeito Municipal e a Secretária da SMED; a Srª Irmã Maria Igina, Diretora do Instituto Santa Luzia; a Srª Beatriz Carmen Warth Raymann, Diretora da Escola Especial Concórdia; o Sr. Arlete Sacramento, antigo contribuinte do Instituto Santa Luzia; o Sr. Carlos Braum, representando o Círculo Operário Porto-Alegrense; além da Verª Bernadete Vidal, que é sempre uma presença grata a todos nós, do Legislativo Municipal, que, ao longo do tempo, como Vereadora, e ainda agora muito tem se debatido pela luta dessas instituições destinadas a estas pessoas deficientes. Falarão, na tarde de hoje, além dos proponentes, Ver. Airto Ferronato e Ver. Vicente Dutra, o Ver. Ervino Besson e o Ver. Artur Zanella, se ele chegar a tempo, visto que está cumprindo compromisso que o ocupa, nesse momento, dentro do seu trabalho, enquanto Vereador nesta Casa. Nós, portanto, ao saudarmos todos os nossos visitantes, na tarde de hoje, e, ao ressaltarmos a importância de numa Sessão conjunta homenagearmos a duas instituições que têm uma história de serviços significativos prestados à Cidade de Porto Alegre, através, certamente, das suas populações, queremos agradecer as presenças da Irmã Rosalina Piaia, do Reverendo Dr. Martins Carlos Warth, co-fundador; da Srª Profª Naoni Hoerlle Warth, fundadora; da Srª Mabel Warnake; e da Srª Lois Warnake, que são visitantes da Casa, ligados ao movimento do Instituto homenageado.

Concedemos a palavra ao Ver. Airto Ferronato, em nome das Bancadas do PMDB, PT, PCB, PL e PTB.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: (Menciona os componentes da Mesa.) Srs. Vereadores e demais autoridades aqui presentes, senhoras e senhores. Eu tenho a satisfação, neste ato, de falar em nome da minha Bancada, o PMDB, e em nome das Bancadas do PT, PCB, PL e PTB.

Há 25anos atrás, em setembro de 1966, a profª Naoni Warth e seu esposo, Reverendo Martim Carlos Warth iniciavam, em sua casa, um curso dirigido a deficientes auditivos, com três alunos, os irmãos Linden. Mal podiam imaginar, então, que estariam lançando a semente de uma escola que hoje é motivo de orgulho para todos os gaúchos - a Escola Especial Concórdia.

Reunindo 275 alunos, dentro de uma proposta de comunicação total, do pré-escolar ao 2º Grau completo, o Centro tem se dedicado, todos esses anos, à integração e realização pessoal dos deficientes auditivos.

E sua trajetória tem sido coroada de êxito, graças à tenacidade, capacidade de trabalho e dedicação de seus fundadores, dirigentes e funcionários.

Única escola com 2º Grau completo para surdos, no Brasil, incluindo cursos profissionalizantes, como Auxiliar de Programação de Dados e Desenho Técnico/Edificações, a Escola Especial Concórdia possui um Centro de Treinamento de Profissionais que atende vários Estados brasileiros e países como Paraguai, Chile, Bolívia, Equador, Peru e Colômbia.

Seguindo sua filosofia de trabalho, voltada para a formação integral do indivíduo, o colégio oferece, ainda, uma série de atividades extra-curriculares: o CTG, com cinco invernadas de dança, filiado ao Movimento Tradicionalista Gaúcho; Companhia de Teatro, Pantomima e Dança Moderna.

Estamos aqui reunidos para prestar a homenagem da Cidade à Escola Concórdia, pelos seus 25 anos de atividades, engrandecendo nosso Estado.

Nesta mesma solenidade queremos também assinalar os 50 anos de fundação do Instituto Santa Luzia, outra instituição que merece nosso maior respeito e admiração, pelo excelente trabalho que vem realizando em prol da integração dos deficientes visuais à sociedade.

Eu gostaria de deixar aqui registrado que tive a satisfação, num determinado momento, de conhecer, antes da escola, o CTG lá da nossa escola; e, através desse trabalho, pelas vinculações que eu tenho de amizade com alunos dessa escola, eu passei a acompanhar mais de perto o seu trabalho, e passei a sentir como é importante e necessário este momento. Acredito eu, basta que se veja que é a única escola, a nível de Brasil, que tem o segundo grau profissionalizante. Senti, a partir desta peculiaridade, que é interessante e oportuno que se fizesse uma solenidade para registrar que Porto Alegre possui, em seu seio, uma instituição prestando esse serviço, que requer muita atenção, em especial conhecimento da situação. Nesses momentos, constatei que o Ver. Vicente Dutra também havia apresentado Requerimento para homenagear o Instituto, numa feliz iniciativa. Então, nada mais oportuno que, ao mesmo momento, fizéssemos uma solenidade para homenageá-los.

Em visita à escola, seus alunos sugeriram que se estudassem algumas coisas para atender especificamente aos deficientes auditivos. Uma das proposições apresentadas pelos alunos foi a de que Porto Alegre deveria ter - e em especial na TV Educativa - uma tradução simultânea na linguagem dos deficientes auditivos. Na época, informei que, sendo a TV Educativa um órgão do Executivo do Estado, a nós, Vereadores, cabia a iniciativa de pedir ao Exmo Sr. Governador do Estado para que tomasse providências no sentido de que se implantasse esse tipo de serviço, ou seja, para que houvesse a tradução de um programa jornalístico em horário nobre para que todos pudessem assistir. Encaminhamos um pedido ao Sr. Governador do Estado para que estude a possibilidade de se implantar um sistema de tradução simultânea.

Outra sugestão que foi feita pelos alunos e que eu encaminhei proposta neste sentido à Casa, porque entendi bastante oportuna era a de que os órgãos da Administração Municipal mantivessem pessoal treinado para que pudessem servir de recepcionista entre o deficiente e os órgãos do Governo Municipal. Nós encaminhamos uma proposta para que se implantasse no Município, inclusive na Câmara Municipal, um sistema onde se treinaria uma ou algumas pessoas para que ficassem encarregadas da recepção das nossas pessoas deficientes que se dirigissem a órgãos do Município. Então, nós já estamos com o Projeto encaminhado em fase de Pauta aqui na Câmara e nós queremos pedir ao Ver. Vicente Dutra para que fale também em nome da minha Bancada, o PMDB, com relação especificamente ao Instituto Santa Luzia, pedindo também para que fale em nome de todas as Bancadas que me deram a honra de falar em seu nome. Queremos também assinalar os 50 anos da Fundação do Instituto Santa Luzia, outra instituição que merece o nosso maior respeito e admiração, pelo excelente trabalho que vem realizando em prol da integração dos deficientes visuais à sociedade de Porto Alegre e do RS. O nosso abraço a todos e obrigado pela atenção e os nossos parabéns ao Instituto Santa Luzia e à Escola Especial Concórdia, e em especial a sua Direção, aos seus funcìonários e a todos aqueles que participam como alunos dos nossos dois institutos, principalmente, frisando que têm desenvolvido um trabalho extraordinário para a nossa comunidade. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos a correspondência do Sr. Vice-Governador do Estado, Sr. João Gilberto Lucas Coelho, em relação a Sessão da Escola Especial Conncórdia e do Instituto Santa Luzia, da mesma forma da Srª Secretária Estadual de Educação, Neuza Canabarro, e do Sr.Governador do Estado, Dr. Alceu de Deus Collares. Passamos, inclusive, às mãos dos homenageados os documentos respectivos. Ao conceder a palavra ao Ver. Vicente Dutra para as suas homenagens às duas Instituições, nós pedimos também que o Ver. Airto Ferronato assuma a Presidência dos trabalhos, eis que nós devemos ter uma outra representação da Câmara Municipal, externa, portanto precisamos nos afastar por um certo tempo. De qualquer maneira, queremos sobretudo deixar um abraço muito grande às crianças do Instituto Santa Luzia, aos dançarinos da Escola Especial Concórdia e, se tivermos tempo de retornar, queremos assistir à apresentação de vocês no final desta Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): Com a palavra o Ver. Vicente Dutra, em nome da sua Bancada, o PDS.

 

O SR. VICENTE DUTRA: (Menciona os componentes da Mesa.) Exma Srª Bernadete Vidal, nossa companheira de luta nesta Casa.

Tenho a honra de falar, neste momento, em nome do PDT na homenagem que será prestada à Escola Especial Concórdia, e em nome do PMDB por delegação do ilustre Ver. Airto Ferronato, na homenagem que será prestada ao Instituto Santa Luzia. E evidente, falo em nome do PDS.

A Câmara Municipal de Porto Alegre tem hoje a feliz oportunidade de poder expressar em nome da população que representa, um duplo agradecimento ao Instituto Santa Luzia e a Escola Especial Concórdia.

Não se trata, contudo, de manifestação destinada a homenagear instituições que têm prestado bons serviços à nossa comunidade. Hoje, e aqui, estamos reunidos para externar o nosso obrigado a quem não hesita em dedicar toda a força de seu trabalho, toda a sua atenção e toda a sua vocação para o ensino, àqueles que, por contingências que a vida impõe, mais necessitam da dedicação de seus mestres. 0 Instituto Santa Luzia e a Escola Especial Concórdia têm marcas que datam de 50 e 25 anos, respectivamente. O primeiro deles voltado, preferencialmente, ao longo de sua história, à formação de deficientes visuais; o segundo deles aos de deficientes auditivos.

São serviços incomparáveis.

O Instituto Santa Luzia, destinado a oferecer formação e oportunidade de trabalho aos cegos do Rio Grande do Sul, é mais um resultado da profunda inspiração da inesquecível Lídia Moschetti, que participou da fundação da primeira casa desta entidade, no longínguo ano de 1941. Localizado na Av. Independência, a casa estendeu, inicialmente, seu atendimento, aos cegos e aos surdos-mudos, inaugurando-se oficialmente no dia 20 de setembro daquele ano. Cinqüenta cegos passaram a receber, ali, as primeiras instruções com vistas à sua plena integração social. Em fevereiro de 1942, Lídia Moschetti doou a instituição à Congregação das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, da qual quatro Irmãs assumiram sua administração. Desde então o Instituto não parou de crescer, proporcionando, cada vez mais, conforto material, assistência espiritual e educação religiosa a um número sempre maior de deficientes. Em 1943, o prédio vizinho ao antigo casarão foi adquirido, e em março de 1946, os primeiros quatro cegos submeteram-se aos exames de admissão e ingressaram na primeira série do curso ginasial. Foi o primeiro ginásio para cegos no País.

Por duas vezes, em sua históría, o Instituto Santa Luzia lançou a pedra fundamental de um novo edifício. Primeiramente, em 14 de julho de 1945, no cruzamento das Avenidas João Pessoa e Ipiranga, e que mais tarde, as autoridades estaduais requisitaram para a instalação do atual Palácio da Polícia. Dez anos mais tarde, e de forma definitiva, foi lançada a pedra fundamental da atual sede, na Av. Cavalhada, para onde o Instituto mudou-se em 1959, a partir de quando mais intenso tornaram-se as ações visando os objetivos de ministrar o ensino de primeiro grau a estudantes deficientes visuais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Numa antecipada demonstração de lucidez com relação ao futuro, o Instituto passou a matricular, também, em seus cursos, alunos de visão normal, os quais assistem às aulas e participam das atividades escolares juntamente com os demais.

Atualmente, o Instituto atende 52 cegos em regime de internato, semi-internato e externato, e é dirigido pela Irmã Maria Igina Finger.

Não menos doce e humana é a história da Escola Especial Concórdia, cujas atividades foram iniciadas em 5 de setembro de 1966, quando a professora Naoni Hoerlle Warth e seu esposo, o Reverendo Martim Carlos Warth, começaram a falar sobre Deus, e sua obra, para três alunos surdos, estabelecendo um singelo modo de comunicação entre a sociedade e os deficientes auditivos, e que depois fez evoluir para os conceitos segundo os quais a pessoa surda tem o direito de utilizar todas as formas de comunicação: a escrita, a fala, o treinamento auditivo, o alfabeto manual, a pantomima, a dança e o teatro.

Seu desenvolvimento foi igualmente acelerado. Em 1970 foi fundado o Centro Educacional para Deficientes Auditivos, tornando-se a Escota pioneira no lançamento da educação precoce, e em 1984 foram inauguradas novas e modernas istalações, que passaram a abrigar 140 alunos, 20 professores e técnicos especializados em psicologia, fonoaudiologia, medicina e serviço social. Sua primeira turma de primeiro grau foi formada em 1985, e já em 1986 foi implantado o segundo grau profissionalizante.

Atualmente, atende a 275 alunos, e conta com 47 professores, além de um expressivo número de outros profissionais que atuam no Centro de Treinanento que atende vários Estados brasileiros e países da América Latina.

É dirigido, atualmente, pela professora Beatriz Carmem Warth Raymann.

Todos nós, hoje, compreendemos que os defícientes, visuais ou auditivos, bem como os demais, podem e devem ser indiscriminadamente integrados ao convívio social, à força de trabalho e possibilidade de produção intelectual. Esta Casa mesmo, ao aprovar proposição cuja autoria me lisonjeia e orgulha, soube introduzir, de forma pioneira, em sua Lei Orgânica de 1990, dispositivos que determinam que trinta por cento do total da arrecadação do Município sejam destinados à Educação, sendo doze por cento daqueles números dirigidos ao ensino especial. A medida, consagrada pelo artigo 183 daquela Lei, retrata de modo bastante fiel nosso reconhecimento de que os deficientes físicos, sensoriais, mentais, múltiplos e superdotados estavam a requerer, apenas, as oportunidades que já se ofereciam aos que não foram atingidos por quaisquer fatalidades.

Nosso reconhecimento não foi, certamente, tão tardio. Mas é impossível esquecer que o Instituto Santa Luzia e a Escola Especial Concórdia compreenderam este fato há exatos 50 e 25 anos, e que a par do relevante serviço que prestaram àquelas pessoas no decorrer deste tempo, foram, também, simbolicamente, as lanternas que iluminaram nosso caminho na busca do referendo legal e jurídico que hoje é capaz de assegurar, aos deficientes, a compreensão da sociedade e o amparo oficial do Poder Público.

Diria, para completar, Sr. Presidente e demais representantes das duas entidades, participantes, colaboradores, amigos, que o Município de Porto Alegre avançou muito o entendimento de que é necessário dar o suporte legal e orçamentário a um serviço especial. Por isso, fez consagrar na Lei Orgânica um percentual de 12% sobre os recursos destinados à educação no Município de Porto Alegre. A Constituição estabelece que 25%, no mínimo, devem ser aplicados em educação, em todos os Municípios brasileiros. Na verdade, os Municípios ficam nos 25%. Nenhum deles avança mais do que 25%. Porto Alegre avançou: passou a incluir 30%, 5% a mais, isso sim, é pioneiro em todo Brasil e gostaríamos que outros Municípios tivessem a mesma iniciativa, aumentar a verba destinada à educação e uma reserva de 12%, no mínimo, destinada ao ensino especial. Por que 12%? Porque a Organização Mundial de Saúde, através de estudos que são confirmados em todo mundo, estabelece que 10% da população sofre algum grau de deficiência e que 2% são superdotados. Ora, se 10% da população sofre de alguma deficiência, portanto, destinatária do ensino especial; e 2% é superdotada, também necessário que se faça uma destinação especial, democraticamente 12% no mínimo da verba destinada à educação sejam carreadas para essa área. Porto Alegre avançou nisso e serve de exemplo e de parâmetro a todo Brasil para que isso seja aplicado em todos os Municípios e vamos lutar para que isso também seja aplicado no orçamento do Estado e, por que não, da união.

Que tantas lanternas, queira Deus, continuem a nos guiar pelo caminho da solidariedade e do desenvolvimento. Na verdade, podemos ser todos parabenizados: essas duas instituições, pelas datas que festejam; nós, pela certeza de que teremos, ao nosso lado, por tanto tempo quanto se fizer necessário, no amparo aos deficientes, esses, por fim, por poderem contar, no futuro, como contaram até aqui, com os talentos e os corações dos que nela têm labutado. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Ervino Besson, que falará em nome de sua Bancada, o PDT.

 

O SR. ERVINO BESSON: (Menciona os componentes da Mesa.) Nossa querida Bernadete Vidal que se encontra presente, senhores e senhoras. O ser humano é passível de falhas e, hoje, cometi uma delas. Não vi na programação que hoje também seria homenageada a passagem dos 25 anos do Colégio Especial Concórdia, mas aproveito para juntar os meus pensamentos a esta entidade que também presta um trabalho de grande relevância, a exemplo do Instituto Santa Luzia. Junto-me às palavras que foram proferidas pelos Vereadores Airto Ferronato e Vicente Dutra.

É com muita honra, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, que aqui estou representando a minha Bancada, a Bancada do PDT. Sempre que ocupo esta tribuna, oportunidade que me foi concedida pelo povo porto-alegrense, sinto orgulho e, acima de tudo, fico muito gratificado de poder prestar, em nome de toda a comunidade, uma homenagem singela, mas sincera. Falar do cinqüentenário do Instituto Santa Luzia é falar de gente, gente que teve a coragem, como a Srª Lídia Moschetti, que no ano de 1941 criou um educandário sui generis no Rio Grande do Sul, que visava recolher os cegos para lhes dar uma oportunidade, fornecendo-lhes meios até então inexistentes em nosso Estado. Como podemos verificar, naquela epóca cego era sinônimo de incapacidade, de inutilidade. Depois, desde a fundação do Educandário, a história começou a ser mudada e foi definitivamente consolidada mais tarde, quando em 20 de setembro de 1941, foi feita a inauguração oficial do instituto, já, naquela época, atendendo a 50 cegos.

Em fevereiro de 1942, a Srª Lídia Moschetti, num gesto de desprendimento, fez a doação total da instituição à Congregação das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, que a 14 do mesmo mês, tomaram posse da administração e direção do instituto e iniciaram um trabalho que incluía conforto material aos cegos, assistência espiritual e educação religiosa.

Convém ressaltar que o esforço não era somente pela dificuldade de conseguir material, local apropriado, era acima de tudo, conquistar espaços dentro de uma sociedade, que deveriam, obrigatoriamente, reconhecer a capacidade do deficiente visual. E foi em março de 1946, por uma concessão excepcional, que os primeiros quatro cegos fizeram exame de admissão e, sendo aprovados, ingressaram na primeira série ginasial. A partir daí, o instituto mantêm oficialmente o curso secundário. É bom que se registre a importância desta conquista, visto que foi o primeiro ginásio para cegos no Brasil. Assim, não poderia neste momento deixar a oportunidade para dizer o quanto me sinto orgulhoso de ser gaúcho, o quanto me orgulha o papel que o povo deste Estado desempenhou no desenvolvimento do Brasil, pois foram muitas as iniciativas que saíram das entranhas deste Estado, deste povo, com o objetivo de mudar a história de um povo e, porque não dizer, a sua própria história. Não resta dúvidas que somos um povo lutador, desbravador, revolucionário, trabalhador. Enfim, sinto-me orgulhoso por tudo isto.

Mas continuemos a história deste grande educandário. No ano de 1959, o Instituto Santa Luzia estabeleceu-se definitivamente na Av. Cavalhada e, hoje, tem como objetivo principal, ministrar o ensino de primeiro grau a alunos deficientes visuais do Rio Grande do Su1, Paraná e Santa Catarina, atendendo, atualmente, a mais de duzentos alunos em regime de Internato, Externato e Semi-internato.

Irmã Maria Igina Finger, receba nesta oportunidade, os nossos mais sinceros votos de que este educandário, exemplo de trabalho, doação e luta, numa demonstração de doação ao irmão, seja hoje e sempre, como já o é, motivo de orgulho para todos os porto-alegrenses, por tê-los em nosso meio, a nós gaúchos, pelo exemplo a ser seguido por todo o Brasil, e a nós brasileiros, por termos pessoas como vocês.

Creiam, senhoras e senhores, como morador que sou do Bairro Cavalhada, não poderia deixar passar em branco esta oportunidade para dar o meu testemunho, inclusive como vizinho do Instituto Santa Luzia, e destacar, que para o nosso Bairro, já acostumado com os "ceguinhos", assim denominados por todos, eles já são como um símbolo, pois já nos acostumamos com o seu caminhar alegre, a conversa em voz alta, a amizade sincera e amiga entre os mesmos e toda a coletividade. Há uma preocupação geral na comunidade pelo bem estar dos ceguinhos, pois quem não gosta de conversar com eles? Ouvir suas lindas estórias, humanas, sinceras e singelas? Rezo a Deus, rogo aos homens, que jamais abandonem o Instituto Santa Luzia, exemplo de doação e amor ao irmão.

Eu também não poderia neste momento deixar de fazer um agradecimento todo especial a todos os artistas que lá se apresentaram gratuitamente homenageando o 50º do Instituto Santa Luzia. Essas festividades vêm desde o dia 23/05/91 e vai ter o seu encerramento no próximo sábado dia 21/09; a Brigada Militar; aos Corais que lá se apresentaram. Enfim, a toda aquela pessoa que de uma forma ou de outra contribuiu com seus esforços, com sua luta, para o Instituto Santa Luzia. Essa incansável criatura que foi o Nei Fernandes, também o nosso reconhecimento.

Para terminar, eu deixo uma pergunta no ar, pergunta que fiz a mim mesmo. Lá pelos anos de 1960 quando eu conheci o Santa Luzia, que vi o trabalho do Santa Luzia, a dedicação daquelas Irmãs, daquelas pessoas que estavam ligadas aos ceguinhos, perguntei-me: será que eu como pai, se tivesse um filho com deficiência visual, eu teria condições de me dedicar, de dar aquele carinho, aquele amor o qual o Instituto Santa Luzia presta aos nossos queridos ceguinhos? Esta pergunta eu vou deixar sem resposta e tenho certeza de que todos os senhores e senhoras guardarão dentro de suas queridas cabeças.

Quero aqui deixar minha homanagem, meu abraço a todo o Instituto Santa Luzia pelo seu cinqüentenário, também à Escola Especial Concórdia o nosso abraço. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Sr. Arlete Sacramento, que falará pelo Instituto Santa Luzia.

 

O SR. ARLETE SACRAMENTO: Caríssimos amigos, é uma honra muito grande podermos estar aqui nesta tarde, neste setembro tão significativo na vida de uma entidade que vem dando tudo de si em favor do deficiente visual, o Instituto Santa Luzia de Porto Alegre; Exmo Sr. Airto Ferronato, neste momento presidindo a Mesa; Ilma Srª Iara Costa Ramos, membro da Divisão de Assistência de Educação, representando o Sr. Prefeito Municipal; Ilma Srª Irmã Maria Igina, nossa digníssima Diretora; Ilma Srª Beatriz Carmen, Diretora da Escola Especial Concórdia, a quem neste momento enviamos o nosso mais carinhoso abraço para essas jovens e esses rapazes que aqui estão demonstrando tudo que eles podem fazer neste mundo, que nada ouvem, mas que transmitem muito para nós; Ilmo Sr. Carlos Brum, representante do Círculo Operário Porto-Alegrense; Exma Srª Bernadete Vidal. Vejam bem: eu falei Bernadete Vídal, símbolo altivo daquilo que realiza o Instituto Santa Luzia, daquilo que a nossa Casa vem-se propondo há 50 anos. Nortear inteligências, levar aos jovens do Brasil, aqueles que nada vêem, mas que sentem que podem provar através daquilo que realizam a grandiosidade do seu espírito, do seu coração. Essa é uma prova evidente, aqui está uma Vereadora nossa, Bernadete Vidal. E quantos outros elementos têm demonstrado em todos os recantos do País a sua capacidade, a sua desenvoltura dentro das mais diversas áreas de trabalho. Por quê? Porque ali naquela Casa existe um centro de ensino norteando vidas, mostrando caminhos. Exmo Sr. Ver. Vicente Dutra, proponente da homenagem que ora nos é proposta, que hora nos é deferida, cujos agradecimentos vão nesse momento. Os ilustres Vereadores que já nos antecederam nessas palavras, já fizeram um retrospecto histórico-geográfico do que seja o Santa Luzia, desde a sua fundação nos idos anos de 1941, de forma que não falarei nesse aspecto, falaremos de outra coisa. Que o Instituto é muito grande, ele traz no seu bojo, ele traz na palavra de cada professor, ele traz um significado imenso e cada um daqueles que lá vão, muitas vezes de uma forma incógnita, entregar o seu pouquinho em favor de muitos. É disso que nós vivemos, é justamente nesse princípio básico de dar um pouco que nós vivemos.

O Instituto Santa Luzia recebe algumas subvenções de Conselhos Assistenciais, de Secretarias diversas e algumas subvenções estaduais. Isso vem ampliar, vem nos ajudar de forma muito grande. Mas, o Santa Luzia é uma Casa que vive de doações; a cada dia, alguém chega e nos entrega alguma coisa; e, essa alguma coisa, é muito grande. Não quero me deter em muitas palavras, porque o tempo nos é curto; muitas coisas têm que ser feitas, coisas bonitas, mas, o que é que o Santa Luzia faz além dos estudos ali desenvolvidos? Conheçam aquela Casa. Nada acontece por acaso meus irmãos. Se cai uma folha, não é por acaso. Se cristaliza uma lágrima em nossos olhos, não é por acaso. Não. Existe um determinismo para tudo isso; e, nesse contexto das coisas, ali está o Santa Luzia realizando, trazendo esses jovens que nada vêem, mas que sentem, que amam; e, acima de tudo, que são felizes, porque recebem amor, carinho daqueles professores, das pessoas mais simples. Muitas Irmãs passaram por ali; cada qual deixando um pouquinho da sua vida, do seu conhecimento, do seu trabalho como a Irmã Helena, Irmã Teresa, Irmã Marlene, Irmã Áurea, Irmã Madalena, Irmã Maria Igina, atual representante de nossa Casa, Diretora. O Santa Luzia é um mundo minha gente! Conheçam aquela Casa, sintam de perto o amor, o calor humano que existe ali, e verão a verdade disso que digo. Aquilo é uma cidade.

Temos infinitas atividades como o Grêmio Estudantil Luiz Braille, que apresenta freqüentes concursos da mais bela prenda, temos atividades como ioga, seminários de psicologia sobre cegos, de como desenvolver de forma segura a vida desses jovens que chegam ali com dois ou três anos de idade e saem com dezoito anos, prontos para enfrentar o dia de amanhã, com toda a galhardia, com confiança, que lhes são dados. Os professores são capacitados, pois estudaram e pesquisaram a vida desses jovens e aquilo que a eles serão destinados.

Os senhores já devem ter visto as nossas gincanas. Interessante, gincana de cegos. Aquilo é um mundo. Conheçam. Lá, o cego deixa de ser cego; ele é um vidente; através de sua sensibilidade ele teria capacidade para realizar muitas coisas, como os senhores terão oportunidade de ver, quando nosso grupo se apresentar, como também esses jovens tão bonitos do Colégio Especial Concórdia, o qual terei o prazer de visitá-lo. Cursos de massagens são realizados lá no Instituto.

Há alguns anos tivemos uma lição de vida maravilhosa, quando visitamos o jardim zoológico. Foi uma experiência magnífica para os cegos; aquele cego que não sabe ver, mas que sabe sentir, que tem uma alma, que tem um coração que pulsa dentro de si mesmo, capaz de sentir as coisas mais sutis, através da ponta de seus dedos quando pode ler o braille. Foram feitas visitas ao Jardim Zoológico e os cegos fizeram trabalhos do que eles viram dentro do Zoológico. Moldaram animais que viram lá dentro. Uma coisa fantástica. Haja vista para o fato de algumas referências que foram feitas naquele instante.

No livro de visitas, diz um dos visitantes: “O que vimos é fora de série, maravilhoso, difícil de imaginar se não tivéssemos vindo aqui.”

O outro diz: “Estes trabalhos mostram que o homem sempre tem potencialidades a serem desenvolvidas e o importante é ter alguém que confie e que acredite que ele é capaz de fazer.”

E nisto acreditamos. Nisto, estas Irmãs se desdobram em mil, para que estas crianças que aqui estão, amanhã, saiam de lá seguros, confiantes de que realizarão alguma coisa por si mesmo, em favor e para o bem comum da coletividade em que vive.

Outro dizer que lá ficou gravado: “Cumprimentamos todos os promotores da 5ª ZooArte, em especial os alunos e professoras do Instituto Santa Luzia, pela brilhante lição de fraternidade e em especial pelo fantástico, pela manifestação e pela lição de amor!”

“É maravilhoso sabermos que deficinetes visuais sentem e pensam, podendo externar através de seus desenhos, através de seus trabalhos manipulados em argila, aquilo que eles sentiram aqui.”

Alguém termina com uma frase belíssima, esta pessoa disse simplesmente isto:”Não deixarei meu nome, deixarei isto: obrigado, vocês nos ensinaram a viver!”

O Santa Luzia é assim, é uma Casa onde eles não vêem, mas sentem amor, carinho, solidariedade. Estamos comemorando 50 anos de vivência ativa, dando amor e recebendo amor. Por isso é fácil trabalharmos dentro daquela Casa. Não sei se algum de vocês já nos visitaram. Estamos comemorando 50 anos de vida ativa em que esses meninos e essas meninas que ali chegam pequenìnhos e nos dão uma lição grandiosa de vida, de uma vivência ativa em favor do bem comum. Conheçam-nos, visitem-nos agora, neste próximo sábado em que estaremos realizando a nossa grande festividade de 50 anos e vejam de perto o que é o Instituto Santa Luzia. Baile de debutantes; vocès já viram baile de debutantes feito por cegos, deficiente visuais? É simplesmente uma coisa linda, meus amigos. É sentir de perto a vibração de cada menina daquelas com seus 15 anos descendo a passarela da vida e mostrando a sensibilidade do seu coração naquele momento grandioso dos seus 15 anos. Isso é gigantesco, faz com que nós cresçamos, faz com que o nosso trabalho seja desenvolvido a cada passo. Queridos amigos, o Instituto Santa Luzia é uma entidade que há 50 anos vem desenvolvendo um trabalho grandioso em favor do deficiente visual, não somente de Porto Alegre, mas do Rio Grande do Sul e também de outros Estados que para cá vem. Em nome de sua Diretora, Irmã Maria Igina, demais membros da comunidade, seus benfeitores, que são milhares, desejo, nesta oportunidade, relembrando com o mais profundo carinho o nome de Lídia Moschetti, apresentar a V. Exas os nossos mais sinceros agradecimentos por esse gesto grandioso, demonstrando o reconhecimento pelo trabalho que o Instituto vem realizando, homens, mulheres e crianças que passam anualmente pelas salas de aula, e pelas palavras de conhecimento daquele educandário, dentro dos mais diversos cursos. Esta demonstração de apreço que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre vem nos oferecer representa mais uma alavanca a fim de que continuemos erguendo, cada vez mais alta, a verdadeira pedra angular, em cujos vértices estão as palavras "amor, confiança, fraternidade".

Em nome da nossa batalhadora, Irmã Maria Igina, do Instituto Santa Luzia de Porto Alegre, e de todos os cegos componentes daquela verdadeira usina de forças, responsabilidade e trabalho, nesse querido instante apresentamos o nosso muito obrigado pela honra que nos é concedida neste momento. Só temos uma coisa a dizer: que Deus lhes pague.

O Instituto Santa Luzia deixa a todos vocês um abraço grandioso, nesta tarde que é uma festa para nós, e um muito obrigado ao ilustre Vereador, que tanto fez, cuja moção vem engrandecer a nossa Casa, que é o Ver. Vicente Dutra. Muito obrigado a todos.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra à Srª Beatriz Carmem Warth Raymann, da Escola Especial Concórdia.

 

A SRA. BEATRIZ CARMEN WARTH RAYMANN: Exmo Sr. Presidente Airto Ferronato; Srs. Vereadores; autoridades presentes; em especial nossos amigos, Ver. Vicente Dutra e Ver. Airto Ferronato; prezados amigos.

É com muita alegria, muita honra que estamos presentes, aqui, para receber esta homenagem que é prestada à Escola Especial Concórdia, que completa seus 25 anos. Estou falando em nome dos 275 alunos surdos, e em nome dos meus pais, professores, que são fundadores da Escola.

Sr. Presidente, peço licença para quebrar o protocolo e pedir uma salva de palmas a eles, os fundadores da Escola Especial Concórdia, Professores Naoni Hoerle Warth e Martins Carlos Warth. (Palmas.)

Ficamos muito contentes, ficamos muito felizes de vir aqui receber esta homenagem da Cidade de Porto Alegre, representada por sua Câmara Municipal, porque temos muito orgulho deste trabalho em Porto Alegre, esta bandeira levantada por muitos países da América Latina, inclusive o Continente Africano. A Escola recebeu convite das Nações Unidas para enviar um profissional para a Cidade de Luanda, na Angola, para treinar profissionais na área do ensino às pessoas surdas.

Nós precisamos dos senhores, precisamos de pessoas que falem, que lutem por nós, precisamos de pessoas que nos representem e pessoas que vão lutar pelos direitos das pessoas surdas, o direito à informação, como o Vereador Vicente Dutra falou tão bem, o direito de se informar, que é uma das coisas que mais temos lutado, para que as pessoas surdas saibam o que está acontecendo numa sociedade altamente informada como a nossa, é um dos direitos principais por que lutamos.

Esta é uma escola como o Instituto Santa Luzia, a quem, neste momento, damos um caloroso abraço, a nossa admiração, o nosso respeito por um trabalho que é maravilhoso. A todas as pessoas que estão representando essa instituição um beijo e um abraço especial das crianças surdas da Escola Especial Concórdia.

E sabemos que a nossa luta é muito parecida. Vivemos de milagre em milagre. Não é, Irmã? E precisamos que as pessoas estejam do nosso lado e lutando. Estando junto conosco.

E temos uma coisa em comum, somos instituições religiosas. Nós representamos a Igreja Evangélica Luterana do Brasil e a senhora a Igreja Católica, mas o Deus é o mesmo e é por Cristo, por Jesus, que nós temos ensinado as pessoas surdas e as pessoas cegas. Muito obrigada, foi muito importante esse reconhecimento e nós vamos transmitir para cada pessoa, lá na Escola, esse carinho e essa emoção que nós tivemos aqui e que nos foi proporcionada pelos Exmos Srs. Vereadores Vicente Dutra e Airto Ferronato. Muito obrigada e que Deus abençoe esta Casa e seu trabalho. (Palmas.)

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós passaremos, agora, a assistir às apresentações dos nossos verdadeiros homenageados, os deficientes auditivos e os deficientes visuais. Inicialmente, vamos assistir ao grupo folclórico da Escola Especial Concórdia, o CTG Querência, único grupo de surdos no Brasil, apresentando as danças "Carreirinha" e "Tatu Velho" e uma música, em língua de sinais, sob a coordenação da Profª Leda Carneiro.

 

(É feita a apresentação do CTG Querência.)

 

O SR. PRESIDENTE: Apresentaremos, a seguir, números especiais pelos meninos do Instituto Santa Luzia.

 

(É feita a apresentação.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerramos a Sessão com as apresentações efetuadas pela Escola Especial Concórdia e pelo Instituto Santa Luzia, que, por si só, nos dizem muito.

Em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre e da população gaúcha, nós queremos agradecer. Nossos parabéns pelos serviços que prestam a nossa comunidade e cumprimentamos a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, dão a sua contribuição, os seus esforços, para que estas instituições tenham condições de desenvolver estas atividades. O nosso parabéns aos nossos jovens artistas, à escola, em especial à Irmã Maria Igina e à Escola Especial Concórdia. Muito obrigado.

Estão levantados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 19h.)

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